Essas criaturas constituem um grande divisor na minha relação com desenvolvimento de caixas acústicas, seja por toda a complexidade que requerem em sua construção ou mesmo pelo resultado que mostra de forma única um tipo de apresentação como só pode ser visto com caixa desse tipo, ou seja, em LINE ARRAY.
Como sempre falo, lamento profundamente não ter uma sala verdadeiramente grande para deixar algumas caixas marcantes que passam por minhas mãos e essas, sem dúvida teriam seu lugar cativo.
Em sua primeira versão, usei mids da Bravox e foi tudo documentado nesse post aqui:
https://audiokit.com.br/das/?p=393
Em algum momento, fiz um upgrade de todos os componentes e documentei aqui:
https://audiokit.com.br/das/?p=141
Acontece que elas sempre foram usadas com crossover ativo e amplificadores dedicados para cada uma de suas duas vias. Além de uma série de benefícios, isso me oferecia a facilidade de poder casar as vias sem qualquer grande transtorno. Como elas sempre foram para o meu uso, isso nunca foi um grande problema. Acontece que chegou o dia da partida em definitivo e com isso eu tive que desenvolver uma solução passiva, ou seja, desenvolver um crossover que atendesse toda a complexidade dessa caixa.
A primeira e maior dificuldade está em arrumar um componente que pudesse lidar com altas frequências mas que fosse capaz de suprir uma necessidade básica, ter ALTA SENSIBILIDADE. Bons tweeters tem em pencas, bons tweeters com alta sensibilidade sem chance, só vendendo um braço…
A solução mais simples é fazer uma linha de tweeters, só que teriam que ser de ribbons, importar em lote para cada canal não é nada simples e muito menos acessível.
Mas se o mercado de alto-falantes para uso residencial é praticamente inexistente, o mesmo não podemos falar dos componentes para o mercado profissional onde alguma empresas são sérias e possuem coisas bem legais.
O som de “corneta” no Brasil ganhou uma conotação completamente equivocada, geralmente por conta do uso inadequado em carros, onde colocam drivers de compressão em grande quantidade, sem critério algum e o que ouvimos é uma “coisa” absolutamente inaceitável. Mas voltando no tempo ou simplesmente olhando para sistemas bem tops, notamos que muitas usam drivers de compressão para a região média ou alta, vide algumas fotos abaixo
No meio de todo essa novela, optei pelo Selenium 220TI que é um driver de titânio muito interessante, ótimo custo e com capacidade de ir aos 20Khz. Como fiz um corte usando um slope de 3ª ordem acima dos 2.5Khz ele trabalhou solto, livre de distorção e o resultado foi absurdamente incrível, casando com perfeição nos 97dBs da linha de mids que era o grande problema/desafio.
Aliás, sobre o 220TI vale uma espiada no que falam dele no exterior e vejam bem a pontuação recebida…
http://www.parts-express.com/selenium-d220ti-1-titanium-horn-driver-8-ohm-1-3-8-18–264-270
Tive que fazer um L-PAD no driver para casar, pois ele tem muita sensibilidade. Curva de impedância amigável, enfim, uma solução passiva de altíssimo desempenho.
Para meter um driver e ainda deixar com um bom visual, fiz uma mascara com uma pequena adaptação na corneta (foi um parto encontrar uma da largura da caixa e mesmo assim tive que cortar) e consegui um casamento visual bem interessante com os médios.
Dando um trato no painel dos mids.
Partindo para montagem final
Rumo ao belíssimo lar doce lar..
Como eu tenho essa caixa por muito tempo e conheço como ninguém, foi incrível poder escutar em um ambiente adequado, onde ela mostrou virtudes que nem eu conhecia e espero sinceramente que traga ao novo dono tudo que sempre pode me mostrar. (Vou cobrar um review dele…)