Uma coisa é certa, ninguém pode falar que eu não sou teimoso ou no mínimo bem persistente. E nessa mais nova aventura, há de sair uma caixa que toque muito, que seja pequena e que lógico, seja com tudo nacional.
A turma de “Bauboeiros” vive me cobrando isso, pois precisam de ter complementos para poder casar em sistemas multicanais e foi por isso, que decidi usar materiais que resultassem em um som com mesmo timbre e etc…
Como o nome sugere, sim, será um cubo com 20cm em cada lado. Gostei da forma como será apresentada e tem tudo para ter um visual extremamente agradável. O MID é customizado (entre outras coisas em 8ohms) não tem para venda no mercado e vai depender do sucesso desse projeto para que possa ser disponibilizado, e será, tenho fé… 🙂
Ao que interessa
É legal lidar com gabinetes pequenos, montagem simples, tudo muito rápido e meios de fazer algo top em termos de performance sem muito esforço. Um dia me especializo em caixas pequenas, quase um sonho de consumo. rs
Dando um trato
A laminação terá um conceito diferente, que deve inclusive facilitar a minha vida e conferir um visual muito legal, mas por isso optei por dar uma quebrada em alguns cantos, montadinha ficou um show.
Já que está montada
É hora de começar a medir e tentar entender onde isso pode parar. E aqui vale uma menção muito interessante.
Na verdade, nada me fascina mais em fazer caixas do que ter a oportunidade de “ver” de forma muito clara muitos dos fenômenos teóricos abordados na literatura. Vejam o gráfico abaixo com a curva de resposta desse mid no gabinete.
Tente me acompanhar, tem uma curva de resposta absolutamente consistente entre 100hz e 10khz, achei isso muito bom, belíssima curva de resposta. Mas repare apenas que há uma depressão curiosa entre 200hz e pelo menos 1khz, mas é uma depressão muito consistente também… a explicação é um efeito conhecido por algo como perda por difração do baffle e é nisso que quero chegar pois esse gráfico mostra de forma absolutamente clara esse efeito.
Pense no seguinte, em baixas frequências, a onda sonora é tão grande que opera no que chamamos de radiação em 4pi, ou seja, ela é uma esfera que toca com a mesma intensidade em todas as direções.
A onda literalmente abraça a caixa e toca nos lados e traseira com a mesma intensidade…. mas a medida que a frequência sobe, essa onda diminui e em algum momento, naturalmente ela será menor que o próprio baffle.
A consequência óbvia é que não conseguirá tocar em todas as direções, com isso ela passa a operar em “modo” 2pi, onde ganhará novos reforços de outras difrações e por estar tocando em apenas uma direção, haverá um ganho nessa reprodução…
Uma perda típica dos graves com esse efeito costuma se situar em 6dBs, ou seja, é uma perda muito considerável. Como sabemos que a caixa tem 20cm de largura, veja que legal essas continhas abaixo.
20cm corresponde a uma onda de 1.720hz ou seja, ao dividir isso, temos 860hz que seria onde ela passaria a operar no tipo “2pi”.
Agora olhe para o gráfico, veja a linha amarela que coloquei e veja em qual a frequência que bate cravada com a teoria. 🙂
Vale lembrar que esse é um efeito que temos em todas as caixas e podem ser abordadas diversos tipos de soluções, depois volto com calma e falo mais sobre isso.
O desafio
O mid se mostrou muito especial, e já projetei um cross bem interessante que deve conferir um ótimo resultado, mas para variar, o desafio aqui é bizarro… eu preciso fazer um cross que seja pequeno o suficiente para que possa ser instalado dentro da caixa… hahaha
Na dúvida, projetei 2 e agora é esperar os componentes chegarem, para que possa ter uma resposta precisa de qual será o mais adequado, um super simples ou um mais complexo. Mas trabalhar com a hipotese de ter uma variação de mais ou menos 2dBs até 20khz é algo absurdamente fascinante. O casamento de fase no ponto de corte ficou assutador de tão bom, o que deve conferir uma transição fascinante entre as vias, palco absurdo e etc… vamos aguardar para confirmar ou não. 🙂 😀
Projeto em desenvolvimento
Mini Amp
Audiophile
DAC Desktop
High Quality