Wharfedale Super 12/RS/DD – As novas caixas do Victório, agora DIY :)

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Já fazia um bom tempo que estava pensando em trocar de caixas. Pelo menos de uns 2 anos para cá. Foram 12 anos convivendo direto com as B&W Matrix-804. Estava mais do que na hora de mudar.

Após ter tido contato pela primeira vez com as caixas tipo horn com falantes full-range Lowther, logo percebí que meu caminho para troca de caixas seria esse mesmo. É outro som. Leve, solto, fluido, rico em harmônicos e com ataque inigualável. O problema dos Lowthers é que são falantes caros, difíceis de se comprar, e necessitam de uma caixa com gabinete todo especial para conter o “horn”, que é o responsável pela sonoridade das baixas frequências. A construção do horn é extremamente complexa e se não for seguido à risca o projeto original, não dá o resultado esperado. Qualquer desvio, já era.

Caixas com falantes full-ranges não necessitam de crossover que são os maiores responsáveis pela compressão do som. Sem crossover o som sai fluido, limpo e claro. Os cabos de caixas saem do power e se conectam direto nos bornes dos falantes. Nada interfere no sinal.

Com crossover parece que os músicos estão com preguiça de tocar, enquanto que sem crossover parece que os músicos estão todos “acesos” e com a maior vontade de tocar.

Também tive a experiência no dia 15/04 na casa do David, na comemoração de 1 ano do Audioquorum, de ouvir caixas de cornetas. Adorei também o som. Muito parecido com as Lowther. Foram utilizadas uma corneta para agudos e outra para médios em cada caixa. Os graves ficaram por conta dos woofers e subwoofers normais que estamos acostumados a ouvir (componentes de qualidade, claro). O sistema soou perfeito. Totalmente integrado e equilibrado.

Foi então que logo após este evento me apareceram oportunidades de conhecer e ouvir falantes full-ranges fabricados a décadas atrás pelos renomados fabricantes JBL e Wharfedale. Ouví JBL de 8″ e Wharfedale de 10″ e 12″. Estes falantes não possuem os extremos agudos dos Lowthers, por isso que decidí acoplar a eles um supetweeter de mesma sensibilidade neles. O resultado ficou fantástico. Muito parecido com os Lowthers.

Me apareceu então uma oportunidade de comprar um par de Wharfedale de 12″ e um par de supertweeters, e eu não deixei escapar. Mandei bala. Ouví estes conjuntos montados em caixas provisórias e adorei o som. Levei tudo para casa e já mandei fabricar os gabinetes. Enquanto os gabinetes eram construidos, vendí minhas B&W.

Na hora de decidir pelos gabinetes optei por fazer caixas seladas simples de boa litragem, pois assim os graves seriam responsabilidade exclusiva dos falantes. Já se fosse utilizar o sistema bass-reflex tería um problema a mais para obter os graves, que era definir o duto. Tarefa ingrata e dependente de cansativos experimentos e muito conhecimento técnico.

Esta questão eu considero como o mesmo problema de obter uma convivência perfeita entre um marido (gabinete), sua mulher (falante) e sua amante (duto). Um marido para viver em harmonia (graves) com sua mulher e sua amante não é tarefa fácil. Eliminando-se a amante (duto) passa a ser muito mais fácil a harmonia/convivência (graves) do casal. Gostou da comparação ?

Seja qual for o tipo de gabinete selado ou não, eles são muito mais simples de se fazer do que os do tipo horn. Nestes full-ranges de grande diâmetro, que produzem naturalmente mais graves que os Lowthers, a responsabilidade da obteção de graves de qualidade ficará a cargo da perfeita integração caixas-sub. Muito mais fácil de se ajustar os graves neste caso.

Ao utilizar falantes de 12″, a largura da frente da caixa tinha que ser no mínimo 350 mm. A altura, 1 metro, com o falante posicionado na parte mais alta possível da frente, que corresponde a altura dos nossos ouvidos quando sentados no ponto de audição. Esta altura dos ouvidos corresponde à média entre a altura do tweeter e o full-range. A largura escolhida foi 400 mm. A largura do fundo da caixa é 400 mm. Desta forma ela ficou com o formato de um trapézio, onde as paredes laterais formam ângulo. Este ângulo é para deixar o interior da caixa assimétrico de modo a facilitar o controle das reflexões internas da caixa. Foi utilizado um travamento interno entre as paredes laterais e do fundo para deixá-las o mais firme possível. O interior da caixa foi totalmente revestido com manta acrílica de 3 cm de espessura. A madeira utilizada na confecção do gabinete foi MDF de 20 mm de espessura. A litragem total ficou por volta de 140 litros (4,9 pés cúbicos).

O resultado ficou fantástico. Mesmo em baixos volumes, se ouve tudo que está gravado com uma clareza incrível em todas as frequências.

É outro mundo.

Recentemente conhecí uma pessoa que tem este sistema faz muitos anos e ainda tem 1 par de falantes idênticos ao que ele usa, guardados. Perguntei se queria me vender. Me disse que não porque se um dos falantes em uso pifar ele já tem outro de reserva. Esperto o cara né ?

Abração,

Victório Benatti