A muito tempo que uso o PC como fonte de música, mas colocar um Note toda hora no rack e ficar espetando cabos nunca foi uma solução das mais elegantes.
Montar apenas um PC convencional, por melhor que seja também passa bem longe do ideal, já que a fonte chaveada, aliada aos diversos coolers e hds convencionais costumam ser uma fonte de problemas e interferências, fora o próprio ruído natural, que em um ambiente silencioso sempre aparece com mais força.
A solução ideal é montar micro 100% fanless e livre de qualquer parte móvel, em outras palavras, não tem nada que se mova ou qualquer ventilador, por menor que seja.
Pesquisando bem, me deparei com a placa mãe que mostro abaixo que é uma das poucas placas do mercado que aceita fonte linear de 12v a 19v direto na placa, tem um consumo baixíssimo, geralmente na casa de apenas um dígito pois nunca consome mais que 9W.
O micro não precisa de mouse, teclado ou monitor e o seu acesso será por meio da rede, usando ferramentas de Desktop Virtuais, seja por qualquer outro micro ou por um tablet/celular.
Um pouco sobre os players
Quanto ao player, sempre fui fã incondicional do Foobar (http://www.foobar2000.org/), acho fantástico um freeware ser tão poderoso, flexível, capaz e depois de testar um monte de “controles” via tablet com Android o que mais gostei foi esse aqui: FoobarCo
Sei que mais cedo ou tarde, vou ter migrar/alternar com o JRiver (http://www.jriver.com/) mas espero que o controle via tablet seja tão completo e intuitivo como esse do Foobar, adorei ver informações completas dos artistas, navegar com filtros infinitos, ter a letra da música sincronizada com o que toca e etc..etc.. muito show mesmo, veja algumas telas que eu capturei brincando no sofá e comprovem, aliás, o prazer de ter isso a mão é tão legal quanto ter a capa de um LP, podem acreditar…
Mas as possibilidades com softwares são imensas, se grana na fosse problema certamente escolheria a dupla Roon (https://roonlabs.com/) + HQPlayer (http://www.signalyst.com/consumer.html)
Em termos de qualidade, tudo leva a crer que o Bug Head Emperor (http://oryaaaaa.world.coocan.jp/bughead/) é imbatível, mas ter quer lidar com aquela interface é bem complicada.
Uma opção que ao meu ver corre por fora e possivelmente pode ser a escolha definitiva para quem testar com calma, é o maravilhoso HySolid (http://www.hysolid.com/)
E no meio de minhas descobertas, fica a dica de 2 simpáticos players:
Resonic – https://resonic.at/home
Tomahawk – https://www.tomahawk-player.org/ – esse com uma proposta MUITO interessante de juntar bibliotecas locais com virtuais em diversos sistemas.
Dopamine – http://www.digimezzo.com/software/dopamine/ – Uma interface absurdamente sofisticada, que de certa forma me cativa a cada audição, acabou virando o player titular para testar e ouvir coisas novas com fone ainda no PC de trabalho.
Prosseguindo…
Toda a biblioteca de música está em um HD USB externo, até que eu termine a montagem de um NAS que vai possibilitar rotinas profissionais de backup e o acesso passa a ser pela rede, podendo estar inclusive em qualquer lugar distante da casa.
O legal disso é ter facilidade de upgrade e manutenção, vou fazer usando o FreeNAS (http://www.freenas.org/)
Um detalhe importante é que estou montando esse PC para trabalhar em conjunto com um DAC que tem entrada USB, ou seja, espeto o DAC no PC e do DAC para o sistema, por suas saídas analógicas, nesse tipo de “aproach” o PC vira apenas um tipo de transporte de dados, para muitos, o melhor tipo de transporte que pode existir.
Construindo um PC com Gabinete de Madeira
Vamos ao que interessa, tem horas que eu adoraria ser um cara um tanto normal, mas a questão é simples, um amigo foi aos EUA e trouxe placa mãe (Intel DN2800MT) que eu tinha muito interesse, olhei para placa e tive uma daquelas ideias divertidas e a tentação era muito grande para não arriscar…
Para isso usarei um HD do tipo SSD (foi presente do amigo Marcello) e como fonte uma normalmente usada em Notebooks. A placa tem entrada direta para esse tipo de fonte, sem qualquer adaptação, é simplesmente espetar.
Como quero botar o PC na estante da sala, não queria ter um gabinete com cara de PC, queria algo personalizado e ideias sempre temos aos monte, mas precisava de algo factível e sem muita complicação para fazer com meus limitados meios e ferramentas.
De preferência com custo zero ou algo muito acessível. Depois de algumas reflexões, decidi que usaria apenas “trilhos” de armários e móveis em geral, alguns arrebites e madeira, basicamente isso aqui e tudo de sucata.
Corta aqui, junta ali e a estrutura básica está montada, só no arrebite.
Como lidar com metal definitivamente não é o meu forte, comecei a cortar e planejar o uso da madeira ou melhor, do MDF…
Madeira definitivamente é o que tem de pior para dissipar, a placa não esquenta nada, mas por ser de 18mm não custava ao menos dar uma reduzida na espessura e botar mais metal para dar uma melhorada no trato do calor, ou na pior das hipóteses, apenas não piorar.
Ufa, começa a ganhar um formato bem legal… apesar de ter ficado arrependido de ter feito os furos e deixar o parafuso aparente, a ideia era lembrar gabinetes convencionais mas hoje eu teria feito sem qualquer parafuso aparente… quem sabe em uma nova versão.
Se é para áudio, tem que ter Spikes né.. cada maluco.
A frente em si me gerou muitas dúvidas mas sempre esbarrava na mesma ideia, ao final, acho que ficou bem interessante simplesmente um chapinha convencional, como de um gabinete de amplificador…
Restava ainda colocar LEDs (power e HD) e algum botão ON/OFF, testei alguns botões e ao final, no conjunto da obra preferi o retangular de gosto duvidoso aos redondos, alguns até com LEDs incluso.
Queria imprimir algo também como marca. Imprimir em madeira não é nada simples ou tão fácil, mas ao final, depois de testar várias soluções eu achei uma etiqueta da PIMACO (modelo 0085) que é um adesivo em papel translúcido, imprimi a laser e ficou simplesmente perfeito.
Como devem ter reparado, deixei o gabinete sem fundo ou tampo traseiro, a ideia é gerar um fluxo de refrigeração eficiente e pelo testes que fiz, a máquina está simplesmente perfeita. Na tela abaixo podem ver trabalhando em apenas 43º mas em minha sala em um dia com temperatura média de 37º ou seja, passou no teste com louvor.
Os mais atentos verão que está tocando uma faixa em DXD com 352Khz que gera um fluxo de quase 17000kbps, uma loucura com mais de 1giga só dessa faixa e tocando sem qualquer engasgo ou dificuldade, não usando nem 10% do processamento.
Se você chegou até aqui, vale ver finalmente o resultado final que eu suspeitamente achei fantástico e espero que goste também… rsrsrs
Já passeando com seus parceiros em um evento muito legal de fones.