Introdução
Depois de toda a aventura para ter o tão sonhado par de caixas, chegou o grande momento que é escutar e se divertir com as suas músicas preferidas. Mas o ambiente de audição possui um fator crítico muito pesado que não deve ser desconsiderado no resultado e alguns cuidados podem e devem trazer grandes diferenças. E posicionar corretamente as caixas acústicas em um sistema estéreo de alta qualidade é essencial para obter uma melhor experiência.
Por mais estranho que seja, o melhor sistema será sempre aquele que NÂO SE NOTA a presença das caixas acústicas e que não gere percepções simples de graves, médios ou agudos… mas que tenha a força de te levar para a imersão do evento real, através da sensação curiosa de perceber detalhes como profundidade, largura e até mesmo a presença dos instrumentos em um “palco sonoro” imaginário, fascinante e divertido.
Bem vindo ao mundo da loucura possível!!!!
Posição das Caixas
Formação de Triângulo Equilátero: As caixas acústicas devem ser posicionadas de forma a formar um triângulo equilátero com a posição de audição (ou “sweet spot”). Isso significa que a distância entre as caixas deve ser a mesma que a distância entre cada caixa e o ouvinte.
Altura: As caixas devem estar na altura dos ouvidos quando o ouvinte está sentado na posição de audição. O ideal é que os tweeters (alto-falantes de agudos) estejam aproximadamente na altura dos ouvidos.
Distância das Paredes
Paredes Laterais: Coloque as caixas a uma distância mínima de 30 a 60 cm das paredes laterais para evitar reflexões sonoras excessivas que possam distorcer o som.
Paredes Traseiras: As caixas devem estar a pelo menos 20 a 50 cm das paredes traseiras. Isso ajuda a evitar o reforço excessivo dos graves, que pode deixar o som “embolado”. Repare que em certos caso, posicionar próximo a parede pode ser interessante para reforçar graves caso necessite. e isso mostra de forma clara o quão crítico é o posicionamento das caixas no ambiente.
Ângulo das Caixas (Toe-In)
Gire ligeiramente as caixas acústicas para que fiquem apontadas diretamente para a posição de audição.
O ângulo ideal pode variar, mas uma rotação de 5 a 10 graus em direção ao ouvinte é um bom ponto de partida.
Experimente até encontrar o melhor equilíbrio entre a imagem sonora e a dispersão. E isso pode variar muito dependendo da caixa e do projeto, pois envolve uma relação com a resposta fora do eixo de cada componente e de como foi tratado ainda no projeto de crossover e da caixa como um todo.
Simetria
A posição das caixas deve ser simétrica em relação à sala e isso significa que as duas caixas devem estar à mesma distância das paredes laterais e traseiras para evitar desequilíbrios na imagem estéreo.
Mas é algo secundário pois muitas das vezes é completamente inviável em salas residências mistas e com compromissos “familiares”.
Tratamento Acústico:
Considere o uso de painéis acústicos, difusores ou tapetes para controlar as reflexões e melhorar a qualidade do som. Isso é especialmente importante em salas com superfícies muito reflexivas.
Teste e Ajuste:
Depois de posicionar as caixas, teste com músicas que você conhece bem. Faça pequenos ajustes no posicionamento e no ângulo das caixas, movendo-as alguns centímetros para frente, para trás, ou girando-as ligeiramente até encontrar a melhor configuração sonora.
Ao testar o palco sonoro de um sistema estéreo, é essencial usar faixas que ofereçam uma imagem estéreo ampla, precisa e que capturem bem os detalhes espaciais da gravação.
Abaixo colocarei muitas faixas, algumas muito interessantes para esse tipo de teste, espero que gostem.
Faixas para testar
Dicas de músicas interessantes para testar sistemas e palco sonoro
Caso usem o Tidal, podem ver aqui as faixas já reunidas:
https://tidal.com/browse/playlist/80ba1a48-b9b7-458e-8d96-6198583cbd06
Adele – “Someone Like You” (ao vivo, do álbum Live at the Royal Albert Hall):
Uma gravação ao vivo que captura a emoção e a presença de Adele em um ambiente acústico rico. A faixa é ótima para avaliar a reprodução de reverberações naturais e a clareza dos vocais ao vivo.
Alison Krauss & Union Station – “Ghost in This House” (do álbum New Favorite):
Gravação impecável, onde a clareza dos instrumentos acústicos e os vocais de Alison Krauss são maravilhosos. A faixa é excelente para testar a naturalidade e a definição.
Annie Lennox – “Why” (do álbum Diva):
Destaque para a poderosa voz de Annie Lennox, acompanhada por uma instrumentação delicada e precisa. A faixa é ótima para avaliar a presença vocal e a forma como o sistema lida com detalhes sutis e a extensão dos graves.
Antonio Vivaldi – “The Four Seasons: Spring” (interpretado por Nigel Kennedy & The English Chamber Orchestra):
Uma peça clássica vibrante e enérgica, ideal para testar a precisão do sistema na reprodução de instrumentos de cordas. A gravação tem uma grande extensão dinâmica e separação instrumental, proporcionando uma sensação de espaço e realismo.
Anouar Brahem – “The Astounding Eyes of Rita” (do álbum The Astounding Eyes of Rita):
Uma gravação que mistura jazz com música oriental, criando uma experiência auditiva rica e atmosférica. A faixa oferece uma excelente sensação de espaço e posicionamento dos instrumentos, ideal para testar a clareza e a profundidade do palco sonoro.
Buena Vista Social Club – “Chan Chan” (do álbum Buena Vista Social Club):
Uma faixa rica em sonoridade e autenticidade, onde a gravação capta a alma e o calor da música cubana. Ideal para testar a reprodução de tons médios e a capacidade do sistema de transmitir uma sensação de ambiente e presença.
Daft Punk – “Giorgio by Moroder” (do álbum Random Access Memories):
Esta faixa é um épico eletrônico que mistura sons analógicos e digitais com precisão. A narrativa e a construção sonora criam uma experiência tridimensional, excelente para testar a largura e a profundidade do palco sonoro.
Dead Can Dance – “Yulunga (Spirit Dance)” (do álbum Into the Labyrinth):
Uma faixa atmosférica e mística, onde os elementos percussivos e vocais criam uma paisagem sonora tridimensional. A faixa é ideal para testar a clareza dos agudos e a precisão espacial, com uma sensação de profundidade que deve ser bem reproduzida.
Dave Brubeck – “Take Five” (do álbum Time Out):
Um clássico do jazz que é um verdadeiro teste de precisão na reprodução dos instrumentos. A faixa oferece uma excelente separação entre os músicos e uma experiência auditiva equilibrada, ideal para avaliar a imagem estéreo e a definição.
Dire Straits – “Private Investigations” (do álbum Love Over Gold):
Com uma produção rica e detalhada, esta faixa acústica e sombria destaca a habilidade de um sistema em reproduzir o silêncio e as nuances mais sutis. A clareza dos instrumentos e a profundidade do palco sonoro são primordiais, com a voz de Mark Knopfler flutuando de forma envolvente no centro da mixagem.
Eagles – “Hotel California” (ao vivo, do álbum Hell Freezes Over):
A versão ao vivo desta clássica faixa é excelente para avaliar a extensão do palco sonoro e a interação com o ambiente ao vivo. A separação dos instrumentos e os vocais devem soar naturais e bem posicionados, permitindo uma sensação de imersão na performance.
Enya – “Orinoco Flow” (do álbum Watermark):
Uma faixa cheia de camadas sonoras e efeitos de reverberação que preenchem o espaço, criando uma experiência auditiva expansiva. Ideal para testar a dispersão sonora e a precisão espacial.
Eva Cassidy – “Fields of Gold” (do álbum Live at Blues Alley):
Uma gravação ao vivo que captura a intimidade e a emoção de Eva Cassidy. A faixa é ideal para testar a clareza vocal e a naturalidade dos instrumentos acústicos, com uma reprodução espacial que deve fazer o ouvinte sentir como se estivesse presente na performance.
Hugh Masekela – “Stimela (The Coal Train)” (do álbum Hope):
Uma gravação ao vivo com uma dinâmica impressionante e uma vasta extensão sonora. A faixa destaca o poder emocional da música e a habilidade do sistema de som em reproduzir percussão com realismo e impacto, além de uma presença vocal convincente.
Jacques Loussier Trio – “Air on a G String” (do álbum Baroque Favorites):
Uma interpretação de jazz de uma obra clássica, onde a clareza dos instrumentos e a delicadeza da gravação tornam esta faixa perfeita para testar a definição e a coesão do palco sonoro.
Jennifer Warnes – “Bird on a Wire” (do álbum Famous Blue Raincoat):
Uma interpretação poderosa de uma clássica canção de Leonard Cohen. Esta faixa é excelente para avaliar a clareza e o foco dos vocais, além da separação dos instrumentos. A gravação tem uma rica textura sonora, com uma sensação de espaço que deve ser reproduzida com precisão.
Kari Bremnes – “Spor” (do álbum Norwegian Mood):
Uma faixa com uma gravação áudiofila excepcional, onde a voz suave de Kari Bremnes é acompanhada por uma instrumentação acústica bem definida. Ideal para testar a clareza dos médios e a naturalidade do som.
Lana Del Rey – “Video Games” (do álbum Born to Die):
Uma faixa com uma produção atmosférica, onde a voz de Lana Del Rey deve soar centralizada e envolvente. A instrumentação deve criar um palco sonoro espaçoso e coeso, com ênfase nos tons médios e agudos.
London Grammar – “Hey Now” (do álbum If You Wait):
Uma faixa com produção moderna, onde a voz de Hannah Reid é centralizada e envolvente. Os efeitos eletrônicos e percussão criam uma paisagem sonora expansiva, perfeita para testar a precisão do palco sonoro.
Lorde – “Royals” (do álbum Pure Heroine):
Uma faixa pop com uma produção minimalista, onde o baixo e os vocais são os principais protagonistas. A clareza dos vocais e a profundidade dos graves fazem desta faixa um excelente teste para a coesão e a precisão do palco sonoro.
Massive Attack – “Angel” (do álbum Mezzanine):
Uma faixa que combina graves pesados com uma atmosfera tensa e texturas sonoras complexas. A produção detalhada e a profundidade sonora fazem desta faixa um teste ideal para a reprodução de graves e a criação de um palco sonoro envolvente.
Massive Attack – “Unfinished Sympathy” (do álbum Blue Lines):
Uma faixa que combina elementos eletrônicos e orquestrais, criando uma rica tapeçaria sonora.
A produção expansiva é excelente para testar a separação dos elementos sonoros e a profundidade do palco, especialmente nos vocais e nas cordas.
Michael Jackson – “Billie Jean” (do álbum Thriller):
Um clássico do pop com uma produção impecável. A batida da percussão e o baixo são fundamentais para testar a extensão dos graves, enquanto os vocais e as camadas instrumentais devem ser reproduzidos com clareza e precisão.
Miles Davis – “So What” (do álbum Kind of Blue):
Um clássico do jazz que testa a capacidade de um sistema em reproduzir instrumentos acústicos com naturalidade e profundidade. A faixa oferece uma experiência auditiva coesa, onde a interação entre os músicos deve ser clara e precisa.
Norah Jones – “Don’t Know Why” (do álbum Come Away with Me):
Uma faixa suave e intimista, com vocais que devem soar naturais e centrados. A gravação acústica é ideal para testar a clareza dos médios e a reprodução de detalhes sutis.
Peter Gabriel – “Mercy Street” (do álbum So):
Uma faixa com uma produção envolvente, onde a profundidade do som e os detalhes nas texturas são primordiais. A faixa testa a capacidade do sistema de criar uma imagem sonora coesa e emocionalmente rica.
Rebecca Pidgeon – “Spanish Harlem” (do álbum The Raven):
Uma gravação áudiofila de alto nível com uma interpretação delicada e detalhada. A clareza e a precisão dos vocais, junto com a separação dos instrumentos, tornam esta faixa perfeita para avaliar a imagem estéreo e a naturalidade do som.
Sarah McLachlan – “Angel” (do álbum Surfacing):
Esta faixa possui uma gravação cristalina e emocionalmente carregada, onde os vocais de Sarah McLachlan são o destaque. A faixa é ideal para testar a clareza e a naturalidade dos vocais, além da capacidade do sistema de reproduzir a reverberação de forma precisa.
Shelby Lynne – “Just a Little Lovin'” (do álbum Just a Little Lovin’):
Uma gravação em alta resolução com uma voz suave e detalhada, capturando a intimidade e o calor da performance. A faixa é excelente para testar a naturalidade e a profundidade do palco sonoro.
Steely Dan – “Do It Again” (do álbum Can’t Buy a Thrill):
Uma faixa que combina arranjos complexos com uma produção impecável, ideal para testar a clareza dos instrumentos e a coesão do palco sonoro. A faixa oferece uma experiência auditiva equilibrada e detalhada.
Supertramp – “The Logical Song” (do álbum Breakfast in America):
Uma faixa clássica do rock progressivo, conhecida por sua produção detalhada e arranjos complexos. A clareza dos vocais e a separação dos instrumentos são ideais para testar a precisão e a coesão do palco sonoro.
The Alan Parsons Project – “Eye in the Sky” (do álbum Eye in the Sky):
Uma faixa conhecida por sua produção meticulosa, com vocais bem definidos e uma ampla paisagem sonora. A música desafia a precisão do sistema em manter a coesão enquanto apresenta um palco sonoro expansivo.
The xx – “Intro” (do álbum xx):
Uma faixa instrumental minimalista com uma produção moderna, onde cada elemento sonoro deve ser claramente definido e posicionado no espaço. A faixa é excelente para testar a coesão do palco sonoro e a extensão dos graves.
Tord Gustavsen Trio – “Being There” (do álbum The Ground):
Uma gravação de jazz contemporâneo com uma qualidade de som rica e natural. A faixa é ideal para testar a clareza e a precisão dos tons médios e agudos, com uma sensação de espaço que deve ser reproduzida com fidelidade.
Tracy Chapman – “Fast Car” (do álbum Tracy Chapman):
Uma faixa com uma gravação simples, mas poderosa, onde os vocais de Tracy Chapman são o destaque. A clareza dos vocais e a naturalidade da guitarra acústica fazem desta faixa um excelente teste para a reprodução de médios e agudos.
Wes Montgomery – “Round Midnight” (do álbum Full House):
Uma faixa de jazz gravada ao vivo, onde a dinâmica e a clareza dos instrumentos são essenciais para uma experiência auditiva envolvente. A gravação oferece uma excelente sensação de espaço e uma reprodução natural dos instrumentos.
Yello – “The Race” (do álbum Flag):
Uma faixa eletrônica cheia de energia e precisão, onde cada elemento sonoro é colocado cuidadosamente no espaço. Ideal para testar a dinâmica e a clareza do sistema, além de sua capacidade de manter coesão em passagens complexas.