NOSSA BOSSA – Mais Musas

Categorizado como Temas Diversos
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Centenas – ou milhar no plural – é o número de gravações dedicadas à Bossa Nova pelas grandes musas-cantoras ou instrumentistas do mundo afora, normalmente garimpando seus inesgotáveis e ensolarados anos férteis. Minha humilde coleção pessoal tem dezenas de exemplos: Sinatra, Jacintha, Ella, Joe Henderson… Um universo em perene expansão com novos astros aparecendo todo dia.

Porque este interesse? Obviamente a pergunta já foi respondida varias vezes, basta consultar o Google. Entretanto, como a História adverte, as motivações das coisas são sempre múltiplas, complexas e infinitamente ramificadas. Para uma mesma pergunta podem existir muitas respostas.

* A Copa do mundo de 58 que teve imensa importância na valorização do orgulho da raça, da negritude e da miscigenação brasileira.

* A aventureira construção de Brasília, provando a viabilidade e exeqüibilidade dos ousados projetos nacionais.

clip_image002* O filme Orfeu Negro (Black Orpheus), de 59, produção francesa de Marcel Camus, Palma de Ouro, Oscar de melhor filme estrangeiro. Sucesso mundial, carregado de temas da Bossa Nova. Intrigante essa mão francesa no movimento. Tom Jobim reconhece a grande influência da melemolência de Dans mon Îlle (escutem) de Henri Salvador. Consta que a mãe de Barack Obama decidiu se abrir para o lado mulato da vida depois de assistir o filme e se encantar com a alegria da sociedade mesclada brasileira. Logo, Obama é filho da Bossa (http://www.luisnassif.com/forum/topics/b-obama-orfeu-negro-samba).

Suspeito, contudo, que a repercussão mundial da nossa música teve desdobramentos muito mais pragmáticos. É importante lembrar que a explosão dos Beatles, coincidentemente, aconteceu paralelamente à expansão da Bossa Nova. Assim, para o Jazz, que, naquele momento, estava meio trucado, meio expectante, meio embatucado, foi uma providencial via alternativa, uma saída, um alargamento de franteiras. E o Jazz (que tende para o hegemônico) na sua compulsão pelo novo, pela releitura permanente, tem uma história cíclica, cheia de retomadas, reinvenções, novas formas.

clip_image004Mas, voltando às queridas musas-cantoras, as vozes femininas – preferência auto declarada da maioria dos audiófilos – que homenagearam a Bossa Nova. Entre centenas, vou citar duas desconhecidas, ou raramente lembradas, que também registraram, quiçá bizarramente, sua adesão à lucrativa new wave. Observem, primeiro que o repertório revisita apenas o invariável núcleo comum do movimento; segundo que ambas não conseguiram passar do swing americano ao balanço brasileiro. Transição sutil, porém imprescindível, poucas conseguem.

Salena JonesSalena Sings Jobim With the Jobims.

Gravado meses antes da morte do Maestro, com participação de Paulo, filho. Daniel, neto.


Rosemary ClooneyBrazil.

clip_image006Um ícone americano, voz belíssima e tecnicamente muito bem colocada. Responsável por consagrar muitos standards planetários. Também, e isso não pode desmerece-la, adorada tia George Clonney.

Vamos deixar a Bossa Nova fermentando por enquanto, no próximo texto vou tentar dar dicas para quem quer começar a gastar e entender de Música Clássica.

Texto de autoria do Colaborador Douglas Bock
Também conhecido como “ZpinoZ” ou simplesmente "Z"

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