Nesse projeto eu mostro o curioso desafio de desenvolver um Difusor QRD (Quadratic Residue Diffuser) para tratamento acústico de uma sala residencial. É um trabalho diferente que deveria ser simples mas que se mostrou mais complicado do que poderia supor…
Por conta do tamanho a ideia inicial era fazer na forma de KIT, algo que eu pudesse mandar desmontado e como um quebra-cabeças, fosse montado com muita facilidade.
A ideia foi ótima, mas a prática se mostrou um caos, para montar sem ferramentas, a pessoa teria que ter no mínimo 200 braços, rs… era um tal de prateleira caindo, saindo do lugar ou simplesmente fazendo um efeito dominó… rsrsrs
Painel Acústico QRD
Esse é um dos mais eficientes painéis para tratamento acústico e há uma relação entre tamanho e eficiência em uma dada faixa de frequência. Esse por ter 70cm x 70cm x 30cm atua em um range de trabalho de 282Hz até 3385Hz
Um pouco da ideia do difusor
As ondas sonoras quando colidem com qualquer área, sofrem alguns fenômenos como reflexão e absorção. O excesso de reflexão é totalmente indesejável, pois fará “transitar” pelo ambiente, partes do mesmo som, vindo de diferentes lugares e consequentemente em tempos diferentes de propagação… ou seja, vai bagunçar tudo
Imagine você já ouvindo o número 5 e chegando lá no seu ouvido, com atraso, a reverberação do número 3, do 4…
Por outro lado, se todo o som for apenas absorvido a sala irá soar como “morta” e de certa forma, também não teria qualquer relação com um som “natural” e fluido que tanto desejamos.
Nos graves, por conta do tamanho das ondas que são grandes, não faz sentido pensar como “difusão”, diferente das altas frequências.
Uma Analogia
Uma analogia interessante, seria você imaginar soltando no chão um punhado de bolas de ping-pong… cada uma ao colidir com o piso tomará uma direção, sem qualquer lógica aparente. Algumas voltarão para o centro tempos depois e algumas partes da sala serão atingidas e outras, jamais serão, entre outras possibilidades.
Imagine a mesma atitude, mas com um tapete super macio no piso. Seria como um absorvedor e dependendo de alguns fatores, poderia deixar a bola inerte no ato de cair.
Por outro lado, imagine que o piso fosse uma pequena raquete telada (difusor) que tivesse a capacidade de dividir cada bola em múltiplas bolas menores e fizesse a distribuição delas no ambiente de maneira harmoniosa e organizada.
Reconheço, deve ser a maneira mais estranha de retratar um difusor…mas, tentei. rs
Sendo assim
Pensando dessa forma, a melhor maneira é fazer o som ser distribuído de forma difusa, que quando calculado de maneira adequada (como é o caso de um QRD) irá refletir corretamente para várias direções… permitindo que essa distribuição seja equilibrada em todo o ambiente.
O papo de acústica é sempre muito complexo e certamente isso seria interessante quando pautado para cada sala, a partir de medições objetivas com equipamentos adequados… mas o básico é isso.
Sugestão de leitura
Existe muita literatura na internet, abaixo alguns links:
