Gjallarhorn – Fullrange Horn com Lowther DX4

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Gjallarhorn

Uma das coisas que acho das mais divertida em minhas aventuras é poder colocar um nome, isso me gera uma sensação curiosa de que algo está nascendo, será batizado e lógico, terá uma identidade, um nome a ser referenciado.

Geralmente a escolha acontece com a ajuda do futuro dono e nesse caso, adorei de imediato a sugestão dada, pois como podem ver, Gjallarhorn é uma palavra nada convencional e definitivamente complexa até mesmo para tentar ser pronunciada em nosso idioma.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gjallarhorn
https://en.wikipedia.org/wiki/Gjallarhorn

O projeto

Mas vejam a “planta” do projeto abaixo e me digam: Tem ou não tudo a ver? 🙂

E antes que pensem, é um projeto desenvolvido pelo próprio fabricante do alto-falante, nada menos que a Lowther, uma empresa absurdamente TOP no desenvolvimento de “fullranges” de alto desempenho. O alto-falante em questão é o modelo DX4 desse admirável fabricante.

Execução

Como podem imaginar, um trabalho de marcenaria dos mais cascudos sobre qualquer olhar. Possuem pedaços pequenos, muitos com ângulos de extrema precisão e isso tudo em grande quantidade.

A caixa em si é bem clássica, mas por ser muito “quadradona”, não me agradava sobre um olhar estético mais apurado. Para dar uma equilibrada, considerei deixar mais “jeitosinha” com algumas curvas e uma brincadeira no balanço entre laminação, pintura e tela.

Para dar uma suavizada no formato, usei um compensado flexível na parte principal e ao meu ver, um belíssimo diferencial

Medições

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Caixa montada e é hora de começar a medir o conjunto para entender todos os detalhes sobre um olhar objetivo, mas aqui vale uma observação bem curiosa e que eu acho, jamais fiz em qualquer outro projeto…

O alto-falante toca de forma tão magistral e apaixonante que dá vontade de nem olhar muito para medidas e respostas.. Tenho que ser sincero, esse danado me fisgou. 🙂 😀

Mas ao medir, me deparo com uma situação que julgo preocupante e perigosa para o usuário que simplesmente pega o projeto com o fabricante e parte para montar.

Se você entrar no site deles ou mesmo por e-mail, em momento algum mencionam qualquer tipo de preenchimento/amortecimento interno. Precisamos lembrar que estamos falando de um fullrange, um alto-falante que por si só depende de tarefas complicadas para poder ter um grave consistente, sem perder a magia das alta frequências e certa vez escrevi esse artigo aqui e vale uma lida.

Para falar a verdade, esse foi o único exemplar que já testei que pode ser considerado realmente EXCEPCIONAL, mas não quer dizer que não tenha um preço a pagar, veja os gráficos e imagens abaixo e vou tentar ser mais prático.

Na primeira imagem, o fabricante menciona o FS de 45hz que é um valor interessante para esse tipo de alto-falante, mas precisamos entender que jogar isso em uma caixa qualquer a tendência é elevar o FS do conjunto, na prática, ela pode começar a responder somente acima dos 50 ou 60hz e isso não seria nada bom.

Na segunda imagem, coloco o gráfico de impedância que confirma os 45hz de FS

Na terceira imagem, e é onde eu quero chegar, reparem que ao fechar a caixa sem amortecimento o gabinete passa  a ser sintonizado em 63hz, ou seja, muito chato montar uma caixa desse nível e ao final, não ter graves.

A quarta imagem mostra um trabalho chato até se chegar no amortecimento ideal,  que além de sintonizar corretamente, dá uma aliviada nos pequenos picos na impedância e resposta.

A quinta imagem, mostra que esse simples detalhe (do amortecimento) possibilitou a sintonia em 32hz e conseguiu oferecer ao conjunto uma resposta de graves extremamente agradável e  convincente para esse tipo de alto-falante.

Considerando sempre que resposta de graves será sempre deslocamento de ar e com uma área dessas e um baixo xmax, não podemos esperar que responda como um subwoofer em altíssimos SPL e grande deslocamento de ar. Mas, esse jamais sera o propósito para esse tipo de caixa/projeto.

Acabamento

Como ela tem parte de seu interior aparente, preciso laminar a parte interna, e isso representa ter que laminar tudo separado, montar e laminar o exterior por ultimo, ou seja, um trabalho em etapas e bem diferente de tudo que costumo fazer, pois geralmente monto tudo e apenas lamino com a caixa montada

A parte de pintura foi uma verdadeira novela, pois a cada camada era notado uma pequena imperfeição, parte para lixa, massa e fundo… isso umas 300 vezes até que fique bom.

Verdade seja dita, pintar é o maior desafio de qualquer acabamento envolvendo madeiras e fotografar de forma fiel também. 🙂 😀 Mas o contraste do cinza grafite com o carvalho americano tem tudo para fazer um belíssimo casal.

Teoricamente, teria vencido todas as etapas e bastava partir para a montagem final e pronto… mas como nem tudo é simples como imaginamos, ao montar a caixa, usando os pedaços laminados, o acabamento da rampa interna ficou simplesmente um desastre, Feio e mal implementado, pois as lâminas não casavam a contento e ofereciam um aspecto feio ao conjunto.

Tive que retirar tudo, desfazer algumas partes e partir para algo que não estava previsto, usar o compensado flexível para suavizar as curvas e com isso, poder laminar em uma passagem só, um trabalho complicado e de muitos riscos, pois teria que fazer uma curva no laminado em seu sentido horizontal, onde ele simplesmente não faz a curva de maneira suave, podendo quebrar e estragar tudo…  fora a trabalheira nova que isso representava… rs

O contraste entre o laminado e a pintura, ficou bem interessante. Também uso de uma tela fora da cor padrão… 🙂

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