Airedale, uma caixa gigante da Wharfedale de 1967

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Video da construção – Parte 1

#1 - Airedale - Fiz uma caixa de som da Wharfedale de 1967
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Airedale – A História

Nos anos 60 a caixa acústica Airedale foi criada pela Wharfedale ainda na gestão do lendário Gilbert A. Briggs, que foi o fundador dessa conceituadíssima empresa de áudio nos anos 30.

Como o nome sugere “AirEdale” teve o seu desenvolvimento pautado na possibilidade de ser uma caixa de som com performance “omnidirecional” e por isso, tanto o mid como o tweeter são virados para cima.

E isso difere e muito no que vemos em projetos tradicionais de caixas acústicas. Reparem também que o gabinete que recebe esses componentes (mid + tw) possui muitas aberturas para facilitar a propagação/dispersão, conferindo praticamente um ambiente em “open baffle”.

Já o belíssimo woofer de 15″ aproveita de todo o restante do gabinete, que foi montado quase que em sua totalidade com MDF de 25mm, muitos travamentos e um cuidado grande para seguir a risca o projeto original em todas as dimensões.

Na versão original, Gilbert A. Briggs usava algumas paredes duplas com preenchimento de areia.

Estou curioso para fazer todas as medições e tentar entender na prática o comportamento objetivo dessa criação tão impactante da Wharfedale, subjetivamente falando, é uma caixa espetacular em todos os sentidos. Uma facilidade absurda em lidar com qualquer tema sonoro, ótima sensibilidade, extensão de graves e aquela magia que apenas grandes caixas conseguem transmitir.

Já escutei muitas caixas antigas, mas acho que nenhuma me impressionou tanto pela qualidade.

Existe uma versão moderna de uma caixa acústica com o mesmo nome, mas não notei nesse modelo novo qualquer referência que remetesse com precisão ao primeiro modelo criado, em outras palavras, na minha visão só tem o nome…

Voltando ao projeto, lidar com componentes dessa natureza é acima de tudo lidar com histórias fascinantes que o tempo e somente ele, ajuda a construir, como por exemplo de que esses componentes são do mesmo dono desde que foram presenteados por seu pai em 1968, ano que eu nem era nascido…

Esse gabinete que estou fazendo é o terceiro que irá receber esses lendários alto-falantes, os outros 2 não resistiram aos anos e espero sinceramente que na minha versão, o gabinete tenha a força de agradar visualmente e remeter em cada acorde, por toda uma história que cada um desses componentes tem em suas respectivas existências. 🙂

https://en.wikipedia.org/wiki/Gilbert_Briggs

https://en.wikipedia.org/wiki/Wharfedale_(company)

http://www.thevintageknob.org/wharfedale-Airedale.html

Video da construção – Parte Final

#2 - Airedale - Fiz uma caixa de som gigante da Wharfedale de 1967
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Considerações importantes

Nesse segundo vídeo, mostro algumas fases do acabamento no desenvolvimento das telas e da montagem final em si.

Nos testes de componentes antes da montagem final, um dos tweeters estava mudo. Não é um trabalho que gosto ou costumo fazer, mas considerando a idade e o que isso representa para o projeto, me permiti desmontar o danado para tentar uma solução…

Descobri que o fio da bobina estava partido logo após a última volta do enrolamento… lidar com um fio que é mais fino que o mais fino dos fios de cabelos não costuma ser simples, mas com paciência consegui colocar um pequeno fio de cobre entre o final da bobina e a cordoalha e deu tudo certo…

Quer dizer, após resolvido ele estava apresentando mal contato e ficava mudo novamente quando em operação… alguns dias tentando entender o que acontecia até que descobri que era uma solda fria da cordoalha junto ao cone… pois quando tocava, o cone vibrava e gerava o mal contato. refiz a solda nesse trecho e o problema foi sanado em definitivo.

Caixa montada, hora de matar a curiosidade diante de um projeto tão inusitado, fascinante e diferente. Efetuei a primeira medição, com o mic posicionado acima da caixa como mostro no vídeo..reparem que a transição entre MID e Tweeter é absolutamente plana e que comprova que o crossover é um projeto muito acertado da época.

Na segunda medição, em “farfield” o MIC foi para 1 metro na frente da caixa, onde há uma perda considerável de pressão sonora em relação ao woofer o que é natural por conta do posicionamento dos componentes.. mas que surpreendentemente ainda assim, continua bem interessante…

Eu me permiti colocar um gráfico de “Burst Decay” onde é simples entender, que dentro de um range de tempo relativo, em “farfield” há uma perda de informação a partir das frequências mais altas, justamente por conta do tamanho das ondas nesse range de frequência….

Como existe um potenciômetro para cada via de médios e agudos, um ajuste fino pode ser interessante dependendo da preferência pessoal e ou ambiente.

Do ponto de vista subjetivo, a caixa é digamos assim…

Uma caixa acústica de verdade!!!!

Não se intimida com qualquer gênero, tem SPL, tem refinamento e uma apresentação do evento extremamente agradável e confortável aos ouvidos. Impossível não se questionar sobre todos esses componentes e a certeza de que não temos nada grande com essa qualidade….