DUBA - Uma caixa acústica de grande formato

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Introdução

Algumas caixas parecem representar de forma emblemática todas as minhas aventuras nesse fascinante universo de desenvolvimento de caixas acústicas artesanais e a que segue no roteiro abaixo, certamente é um desses casos. De certa forma essa caixa define muito do que já fiz, escutei e o que acho sobre caixas acústicas de altíssima performance já que desde o começo, nunca me importei com padrões, rótulos ou modismos e sempre pautei minhas buscas e construções, pelo resultado final.

Se para isso, for necessário usar 2 woofers de 15″, 2 mids de 8″ e mais um tweeter super especial…QUE SEJA ENTÃO!!!!

O fase do Projeto

Eu simulei muita coisa em termos de visual, mas nada me agradou como esse modelo que mostro abaixo..é muito complicado conciliar tantos componentes grandes de maneira agradável e que sua construção fosse factível. De certa forma também explica a razão de algumas das fascinantes e antigas JBLs serem assim…

Ao final, ficou diferente de tudo que já fiz e apesar do tamanho brutal eu acredito que tenha ficado agradável aos olhos, nem que seja somente aos meus olhos… rs

Os Componentes

Tweeter TPL-150 da Beyma, woofer com FS de 29hz mas cone super leve também Beyma e um mid da FaitalPro de 8″. Tudo escolhido com muito cuidado e critério tendo como referência uma caixa de alta sensibilidade e com capacidade praticamente ilimitada de se gerar SPL… mas sem perder refinamento e resolução.

Trabalho insano de marcenaria

Essa é a parte que tanto gosto, transformar apenas cortes em peças montadas por intermédio de intricados quebra-cabeças. Mas não é simples, por conta do tamanho e peso, apenas manusear na oficina vira um problema dos grandes. No total, devo ter gasto por volta de 4 folhas completas de MDF, aliado a idade que vai chegando e o resultado é bem cansativo.. rsrsrs

Ganhando forma

Em algum momento e depois de muito esforço, todo o trabalho começa a ganhar uma identidade dentro do que era esperado e principalmente, dentro do que foi projetado. A coluna reclama! 🙂

Detalhes dos gabinetes

Apenas empilhar as caixas me gerava como resultado algo que não me agradava, criei então um peça em MDF com 30mm de espessura que apelidei de “peça de transição“, uma peça esculpida em CNC que possibilita a transição do gabinete bruto dos graves para o conjunto bem menor de MIDs e Tweeter. Foi certamente uma das obras mais complicadas desse projeto, pois além do seu desenvolvimento em 3D (e 3D nunca é o meu forte) eu precisava ter precisão e torcer para poder dar um acabamento em uma peça tão complexa. Como podem ver, com persistência as coisas costumam acontecer….

O suporte do tweeter era outro ponto crucial pois precisava seguir alguns ângulos para permitir o encaixe com perfeição na base e no casamento com os mids… acabei projetando em camadas e ao final, acho que foi uma decisão acertada. As fotos abaixo mostram o a ideia como um todo.

O crossover e os ajustes

A parte mais séria de todo o processo, mas também a mais fascinante acontece aqui. Os componentes são bem interessantes e por isso, sempre colaboram… a caixa ficou com uma curva de resposta final maravilhosa, com um desvio menor que 3dBs e a parte de graves, apesar da dificuldade em medir por conta da minha sala, eu consegui ajustar os dutos para que possa descer com autoridade na casa dos 30hz o que é muito bom.

Como podem ver, o crossover ficou maior do que o esperado por conta da quantidade (filtros de 3ª ordem) e tamanho dos componentes, decidi então criar um gabinete externo para facilitar eventuais ajustes e evitar de ficar colocando dentro da caixa pelo trabalho que isso representava. Como a caixa é grande mesmo, uma caixinha dessas não seria problema. ao final, pintei o gabinete de preto e coloquei um pé usinado em madeira nobre. Espero que gostem!